Curiosidades


Paletes de madeira: mercado em crescimento, com novas demandas


A cada dia surgem novos segmentos que adotam o uso do palete de madeira – como é o caso da construção civil. Porém, este setor, conforme análise de profissionais da área, enfrenta problemas de obtenção de matéria-prima e de concorrência desleal.

_________________________________________________________________________________

Elementos básicos nas operações logísticas, os paletes em geral, e, no caso desta matéria especial, os de madeira, têm o seu uso incrementado no país. Pelo menos é o que apontam alguns dos representantes de empresas que fabricam estes produtos.
“Atualmente, o mercado de paletes está em crescimento, acompanhando as tendências da economia brasileira, apresentando um incremento de 8% a 10% ao ano. Acredito que esta marca será sustentada por mais 5/7 anos, o problema talvez seja a obtenção de madeira reflorestada a preços compatíveis com o desejo do mercado. Disputamos matéria-prima com a construção civil, exportação e até com a celulose”, avalia Ricardo Braulio, coordenador da Jose Braulio Paletes (Fone: 11 3229.4246). 
Marcelo Canozo, diretor comercial da Fort Paletes (Fone: 15 3532.4754), também tem pensamento semelhante. Segundo ele, há um aumento significativo de demanda, o que vem ao encontro do crescimento econômico do país. A tendência é de que permaneça assim nos próximos anos, pois o aumento de consumo da classe E e D está intimamente ligado aos planos sociais do governo federal. “Em contrapartida, enfrentamos os problemas que abrangem quase todos os segmentos, ou seja, a falta de estrutura do país e o aumento dos insumos diretos e indiretos para a produção do palete. Um exemplo prático: a madeira (nossa matéria-prima principal) está com previsões de aumentos significativos, devido à alta procura do mercado da construção civil, visivelmente um dos mais aquecidos no Brasil.”
Jorge Minoru Sawatani, diretor comercial da Madeireira 14 Bis (Fone: 11 5522.0770), também é otimista quanto às tendências – “há um aumento significativo à medida que avança a globalização” –, mas não enxerga problemas futuros. “Com esse aumento de consumo, podem até ocorrer alguns problemas, mas são raros, devido ao fato de cada palete ser fabricado conforme as necessidades de cada usuário, com o máximo de informações fornecidas, como desenhos, onde serão utilizados, o peso que irá transportar, etc. Isto, consequentemente, nos traz maior facilidade de soluções de problemas.”
Para Claudinei Antonio Duarte Ienna, gerente comercial da Palletem Palletes & Caixas de Madeira (Fone: 11 2028.9501), as embalagens de madeira em geral – paletes, caixas, engradados, etc. – tornaram-se demasiadamente necessárias, desde a pequena empresa até as multinacionais, já que são um meio rápido e seguro de armazenagem, locomoção e transporte de materiais. “Um mercado crescente em demanda de interesses, o que também faz repercutir na escassez de empresas fabricantes sérias, preparadas e aptas ao interesse e às responsabilidades (competência, qualidade, prazos de entrega, preço justo, meio ambiente, etc.), além, também, da dificuldade de adquirir madeira reflorestada em algumas regiões onde existe a escassez de reflorestamento e outras com forte oferta, mas inviáveis pelas distâncias e custos dos frete/transporte.”
Jairo Ribeiro Filho, diretor da Ripack Embalagens (Fone: 19 3451.5022), é outro profissional do setor a apontar o franco desenvolvimento do mercado de paletes que, definitivamente, se consolidam como uma importante ferramenta da cadeia logística, trazendo inúmeros benefícios na movimentação de materiais diversos e, também, na sua armazenagem. 
E o diretor da Ripack continua: mesmo com o surgimento de materiais alternativos, a madeira segue disparada como a melhor alternativa para a fabricação de paletes, principalmente pela excelente relação custo x beneficio, bem como pela facilidade de se produzir diversas medidas e baixos volumes (caso do Brasil, onde não temos uma padronização de medidas) sem a necessidade de moldes ou ferramentas especiais. “A tendência é que os clientes comecem a perceber a importância da padronização, e os benefícios que ela trará para toda a cadeia logística, reduzindo significativamente os custos. A madeira utilizada na fabricação dos paletes é oriunda de reflorestamentos, portanto, atendendo às exigências do meio ambiente, e de longe é a matéria-prima mais utilizada no mundo todo, pois pode, além de tudo, ser reciclada, reformada, etc.”, completa. 
Já a terceirização é a tendência apontada por Valdir Zelenski, gerente comercial da Matra do Brasil (Fone: 11 4648. 6120). Ele prevê a terceirização dos parques de paletes (abastecimento, gerenciamento e coletas), em virtude dos problemas enfrentados com a administração dos parques próprios de paletes: a logística para realizar coletas, manutenções, perdas, etc.
Meio ambiente
De fato, como se pode notar pelas respostas dos entrevistados, os paletes de madeira estão intrinsecamente ligados ao meio ambiente, daí a sua fabricação e utilização estarem diretamente atreladas ao fator ecológico.
“Os paletes de madeira são, sem dúvida, a alternativa ecologicamente mais correta, não há adição de nenhum produto químico durante sua fabricação, apresentam excelente custo x benefício – um palete de madeira, se bem utilizado, pode durar até 10 anos – e, mesmo quando a vida útil se encerra, podem ser descartados e utilizados como fonte de energia (se transformam em cavaco – biomassa com o melhor custo x poder calorífico). São confeccionados com madeiras reflorestadas, o que incentiva cada dia mais o reflorestamento e, com isso, o sequestro de carbono”, explica Canozo, diretor da Fort Paletes.
Ricardo, da Jose Braulio Paletes, também confirma o ponto de vista do diretor comercial da Fort Paletes: os paletes de madeira provêm, em 95% dos casos, de madeiras reflorestadas, pinus e eucalipto, fontes sustentáveis renováveis e infinitas (se bem planejado). Segundo o coordenador, o Brasil tem uma característica natural para o plantio e a produção destas madeiras, devido às grandes áreas, mão de obra acessível, solo, temperatura, sol e vários fatores conjuntos que propiciam ao país ser um dos maiores produtores e plantadores de eucalipto e pinus. Se ainda não somos, em breve atingiremos esta posição mundial – o palete representa uma parcela deste uso, diz Ricardo. Quanto à logística reversa, ele salienta que ainda estamos aprendendo a lidar com o tema, tanto no caso dos paletes, como em todos os outros produtos e embalagens. “A logística reversa seria uma cultura ideal, mas no Brasil, devido a sua extensão, ainda se faz necessária a utilização de paletes one-way”, completa Sawatani, da Madeireira 14 Bis.
Pelo seu lado, Zelenski, da Matra do Brasil, lembra que os usuários devem informar-se sobre a procedência das madeiras utilizadas na fabricação de seus paletes, que devem ser originárias de florestas renováveis. E devem adquirir paletes retornáveis (exemplo: palete PBR-Padrão Brasil), pois assim estarão contribuindo com uma melhor conservação da terra, com um consumo menor de árvores e com grande redução de resíduos. Uma árvore reflorestada de pinus ou eucalipto, durante o seu período de crescimento, absorve todos os gases gerados por um palete durante a sua vida útil. 
Ainda de acordo com o gerente comercial da Matra do Brasil, deve-se também atentar para a legislação: cadastro no IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e órgão ambiental estadual. Também no aspecto sustentabilidade, deve-se considerar a terceirização, com a adoção do sistema de pool de paletes, e como exemplo pode ser citado o transporte racional de coletas de paletes, que reduz drasticamente a emissão de gases.
Também salientando o uso da madeira reflorestada, Ribeiro Filho, da Ripack, lembra, ainda, que o palete de madeira hoje pode ser reutilizado após um trabalho de higienização e limpeza: após alguns reparos, ele volta para o próprio cliente, salvo alguma exigência especial, como produtos tóxicos. “Mesmo no término de seu ciclo de utilização, que pode durar anos, o palete de madeira é picado e transformado em biomassa para caldeiras, ou seja, uma energia limpa”, complementa.
Novas aplicações
Pela sua versatilidade, os paletes de madeira sempre encontram os mais diversos usos, nas mais diferentes empresas. “Hoje em dia, toda operação logística eficiente depende do palete como ferramenta. Novos segmentos industriais têm optado pelo uso do palete de madeira, pois é indiscutivelmente o melhor custo x beneficio do segmento”, ensina o diretor comercial da Fort Paletes, com a concordância de Ricardo, da Jose Braulio Paletes. Este último destaca que, devido as suas características físicas, mecânicas e biológicas, ao custo e à sustentabilidade, o palete de madeira não tem substituto e a previsão é de ser utilizado cada vez mais e em mais situações – de fato, ele se aplica em todos os setores industriais que utilizam a movimentação, ou seja, havendo venda de produtos, existe embalagem de madeira, completa Ienna, da Palletem.
“A necessidade de paletes é fator preponderante à medida que a logística de distribuição se moderniza e hoje os custos são fatores importantes. Estão sendo muito utilizados hoje em dia por empresas químicas, distribuidoras de produtos, alimentos etc. e, também, nos próprios pátios delas, como armazenamento de mercadorias, evitando que seus produtos fiquem expostos diretamente no solo, onde podem enfrentar diversos problemas, como, por exemplo, de umidade”, completa Sawatani, da Madeireira 14 Bis.
Ribeiro Filho, da Ripack, vai mais além. Segundo ele, a cada dia surgem novos segmentos que passam a utilizar a paletização como fonte de economia, e quando se analisa todos os aspectos, a escolha recai sobre o palete de madeira. “Um segmento que desponta como potencial usuário é o de construção civil, paletizando blocos, tijolos e outros materiais”, aponta o diretor da Ripack.
Escolha certa
Como visto, os paletes de madeira têm importância vital na logística. Daí, o que considerar na escolha destes produtos?
“Verificar a capacidade de produção da empresa e as práticas socioambientais da mesma, bem como o seu histórico como fabricante de paletes de madeira. Se caso a compra for de paletes PBR, é muito importante avaliar de quem está comprando. O fabricante de paletes PBR deve ser credenciado junto a ABRAS/IPT – Associação Brasileira de Supermercados/Instituto de Pesquisas Tecnológicas e associado à ABRAPAL – Associação Brasileira de Fabricantes de Paletes PBR. Com esse dois requisitos, a empresa compradora já está garantindo que vai receber um produto de qualidade assegurada e que o fornecedor trabalha dentro das normas socioambientais pertinentes. Por isso é muito importante que a empresa compradora exija o certificado de credenciamento da ABRAS e ABRAPAL para o fabricante de paletes candidato a fornecedor”, explica Canozo, da Fort Paletes.
Conselhos parecidos também são dados por Ribeiro Filho, da Ripack. Segundo ele, é muito importante que o cliente leve em consideração, na hora da escolha, a estrutura do fabricante do palete, o ambiente onde se produz, o cumprimento das normas e exigências quanto ao meio ambiente, à saúde ocupacional e segurança, entre outros. 
O diretor da Ripack também adverte que, atualmente, existem muitas pequenas fábricas espalhadas pelo Brasil afora sem nenhuma condição de trabalho e que invadem o mercado oferecendo preço baixo, porém deixam de cumprir com as exigências legais e não respeitam o meio ambiente. “No caso de paletes reciclados, esta situação se agrava e há um mercado paralelo muito grande, onde se encontra de tudo, porém ele só existe porque há quem compre”, completa. 
Ienna, da Palletem, lembra que é preciso dimensionar a carga a fim de escolher a melhor embalagem de madeira. Desta forma, um técnico experiente oferecerá o melhor, nem “supercusteando” o produto, nem barateando e colocando a qualidade em evidência – o que mais acontece. O ponto de equilíbrio entre o custo e a qualidade é a segurança de material entregue em perfeitas condições, acrescenta o gerente comercial.
Zelenski, da Matra do Brasil, também expõe a sua opinião sobre a hora de escolha: o palete de madeira retornável (PBR) é proveniente de fontes sustentáveis (florestas renováveis), é constantemente reformado e reciclado e, quando não é mais útil, é picado e transforma-se em biomassa. Com isso, podemos afirmar que o palete de madeira é "verde" do início ao fim do seu ciclo. “Com a forte tendência da valorização das cadeias sustentáveis por parte das empresas, todo este ciclo deve ser considerado no processo de escolha”, complementa o gerente comercial. (Fonte: http://www.logweb.com.br/novo/conteudo/noticia/26686/paletes-de-madeira-mercado-em-crescimento-com-novas-demandas )


~~~~~~~~~~~***~~~~~~~~~~~~
~~~~~~~~~~~~***~~~~~~~~~~~~

Histórico e criação do Palete PBR




Em 1988 foi criado pela ABRAS (Associação Brasileira dos Supermercados) o GPD (Grupo  Palete de Distribuição), um grupo de profissionais dedicados ao estudo, desenvolvimento, avaliação e testes para criação de um paletes PADRÃO.
Tendo em vista que na década de 80 a produtividade era restrita a manufatura, o GPD já vislumbrava que a década de 90 o enfoque seria pela produtividade ampla e empresarial, na qual a logística integrada se tornaria fundamental, sendo que no aspecto operacional ficaria patente a necessidade da transferência de mercadorias entre fornecedores e supermercados pelo sistema paletizado.

Em um levantamento feito pela ABRAS/GPD no inicio dos trabalhos chegou-se a resultados que indicaram que havia mais de mil modelos de paletes diferentes somente no Brasil. E foi comprovada a necessidade da padronização do paletes
São muitos os motivos que levam a padronização, entre eles o fato de permitir a adoção do sistema de logística integrado entre fornecedores e distribuidor, alem da implantação da embalagem modular. Outras razões são permitir também a padronização da carroceria de caminhões, bem como proporcionar um método de armazenamento otimizado. A padronização do palete permite também o sistema de movimentação mecanizada e a transferência de mercadorias com paletes intercambiáveis.


O estudo do GPD :
Dimensões: Foram estudados vários formatos , 800x1200 mm, 1200x1100 mm, 1100x1100 mm, etc. Ficando definido por vários motivos o modelo 1000 x 1200 mm – Na época essa dimensão já representava 70% dos paletes utilizados no Brasil.
Capacidade : Foi estipulada pelo GPD a capacidade de peso do paletes PBR em 1200 Kgs.
Material : O PBR foi projetado para utilizar madeiras de reflorestamento (Pinus e Eucalipto) – Ver em especificações quais dos componentes do palete pode-se utilizar Pinus ou Eucalipto. 
Testes : Todos os testes foram realizados pelo IPT – SP (Instituto de Pesquisas Tecnologicas).
Após este período de estudos e testes – no ano de 1990 foi consolidado o desenho e a especificações finais do paletes PBR.

Principais razões para a padronização – medidas 1,20 x 1,00
- A maioria das empresas que desenvolvem suas atividades no Brasil e operam com palete, tem seus depósitos adequados ao palete 1,20 X 1,00 metro.
- A medida de 1,20 X 1,00 é mais utilizada no Brasil, EUA e Europa.
- O formato retangular oferece maior flexibilidade para a otimização de veículos de transporte e área de estocagem. E, além disso, houve a consolidação mundial do formato retangular para o palete.
- Nenhum país utiliza as medidas de 1,10 X 1,10 metros como padrão para modulação. Recentes estudos para a modernização do mercado global não contemplam esta medida.
- O padrão internacional para gôndolas de supermercados indica que a profundidade máxima é igual a 1,00 metro.
- As dimensões indicadas e definidas pela International Standards Organization são de 1,20 X 1,00 metro.
- Estudo do Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece as medidas para o “High Cubic Conteiner”, tendo como base os paletes de 1,20 X 1,00 metro e 1,20 X 0,80 metro.